
O cavalo e eu
9 de maio de 2025
Gorducha – a boneca do meu coração
13 de maio de 2025
Nero, Petit, Tini, Paty, Tinho, Pituca, Lula, Tico, Tica, Teca, Toca, Puppy e Branca
Me sinto privilegiada por ter tido, durante a maior parte do tempo, a companhia de amigos de quatro patas. Amo todos os animais, mas, são com os cães que me identifico mais.
Nessas quase sete décadas foram muitos os cães que passaram pela minha vida. Me lembro de todos e poderia contar uma história sobre cada um. Aprendi a amar os cães com a minha mãe e a tratá-los como membros da família.
O Nero, um policial amarelo, do meu avô, foi o primeiro que me lembro, quando ainda era bem pequena. Ele era muito dócil e já idoso ficava deitado na porta da cozinha esperando a minha avó colocar no chão o prato de “angu”, um tipo de polenta mole, com alguma carne.
O Petit, um pequinês preto, ainda na minha infância, era muito inteligente e carinhoso comigo e o meu irmão. A sua doença e morte foi uma experiência muito difícil para a família.
A Tiny, outra pequinês preta, veio depois de um tempo para ocupar o lugar do Petit. Ela viveu muitos anos e mais uma vez sofremos muito a sua falta.
A Paty uma cachorra sem raça definida, preta, de porte médio, foi recolhida pela minha mãe. Ela conviveu vários anos com a Tiny sempre numa disputa saudável por atenção e carinho.
Nesse ínterim a minha mãe recolheu o Tinho, pretinho, de pequeno porte, sem raça definida, que mancava de uma perna e era um charme só.
A Pituca, uma paulistinha, preta e branca, foi comprada por mim de um rapaz que estava na na rua Luiz Gama, em Sorocaba, num dia de sol que lascava, fazendo qualquer negócio para conseguir algum dinheiro com aquele filhote. Levei a Pituca, que virou Tuca, para casa e ela também conviveu conosco por vários anos.
Enquanto isso, em São Paulo surge na minha vida o Lula, um cão amarelo, de porte médio, sem raça definida, que eu vi todo estropiado, deitado na calçada da Rua Riachuelo
Perguntei no comércio da frente porque aquele cachorro estava ali e a informação foi de que ele tinha sido atropelado e estavam esperando o caminhão de lixo para jogar.
Meu Deus ele estava vivo! Consegui um lençol no salão de cabelereiro para enrolá-lo e depois de insistir muito consegui um taxi que me levou em uma clínica na Avenida Rangel Pestana. Ele ficou internado sem muita chance de sobreviver.
Passados alguns dias, a clínica me ligou dizendo que o Lula estava de alta. Meu Deus e agora eu morava num mini apartamento. O jeito era levá-lo para a minha mãe em Sorocaba.
O meu marido e eu fomos buscá-lo na clínica e quando ele me viu já me reconheceu, o nosso amor durou vários anos. Dava para ver pelas marcas e cicatrizes antigas que ele tinha tido uma vida dura e que morar com a minha mãe seria ganhar na loteria. Ele se entendeu com o Tinho e viveram juntos por vários anos. Ainda vou contar sobre as aventuras do Lula em Sorocaba.
O Tinho sobreviveu ao Lula que logo se foram e, na sequência, a minha mãe foi recolhendo o Tico, a Tica e a Teca e, por último, a Toca. Cada um do seu jeito nos davam carinho e faziam a alegria da minha mãe.
Em São Paulo decidimos arrumar um companheiro de quatro patas para o meu filho e daí veio a Puppy, uma dachshund preta e marrom que nos encantou e que a morte partiu nossos corações.
Em 2003 trouxemos a minha mãe, o meu sogro e também o Tico, a Tica e a Teca, para morar em São Paulo. Não tinha como ser diferente, pois, para que eles concordassem em mudar para a Capital os cachorros teriam que vir juntos. A Toca que era a mais brava e que estávamos pensando como trazer foi acometida de uma doença fatal, morrendo no prazo de quinze dias antes da mudança.
A minha mãe e o meu sogro foram morar em uma casa na Rua Voltaire, na Vila Mariana, com os três cachorros e mais a Puppy que às vezes ficava lá. Até que sete meses depois, no dia 24 de dezembro, amanheceu no portão da entrada, uma caixa de papelão com um filhote branco e preto e, assim, a família aumentou com a Branca.
A Branca viveu até 2011. Eu considero que foi o luto mais difícil de superar. Lembro de todos com carinho e profunda gratidão. Eu continuo amando os cães, não perco a oportunidade de dar e receber carinho quando tenho oportunidade, mas, por enquanto, estou abrindo mão de conviver com esses que estão entre os meus melhores e mais queridos amigos desta vida.