
Museu do Ipiranga, Kauê, saudades
22 de maio de 2025
Fazenda Lagoinha, A Mata
23 de maio de 2025
Esta criança na notícia de jornal sou eu Dirlene Marchioni e este casal lindo na foto são meus pais, Francisco Marchioni e Luiza Buim Marchioni. Nasci e cresci na cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo, meu pai tinha um amigo que trabalhava em um jornal local da cidade e resolveu fazer uma nota no jornal do meu primeiro ano de vida, acho que ele me achou bonitinha, tivemos uma vida simples e muito feliz.
Tenho duas irmãs mais velhas do que eu, Divanir Marchioni e Dirce Marchioni, meu pai foi marceneiro e sócio em uma fábrica de móveis popular em São Bernardo do Campo e minha mãe dona de casa, mas era uma boa vendedora, pois sempre arrumava algo para vender, para ajudar nas despesas da casa, fez bolsas de courvin (uma imitação do couro) com alças de argola de plástico para vender, naquela época era a última moda, ela e minha tia Tereza, cunhada dela, confeccionavam em casa mesmo, as costuras da bolsa eram com linhas dourada ou prata, formando desenhos geométrico, foram as precursoras do quilt (técnica para cobertura acolchoada) faziam maior sucesso. Vendeu também peças de enxoval para moças solteiras e noivas, naquela época as moças antes de arrumarem um pretendente, montavam o enxoval, para um futuro casamento.

Ela e meu pai viajavam para a cidade de São Pedro, São Paulo para comprar os lençois, colchas e toalhas bordadas, e é claro que ela guardou algumas peças para as filhas, era de costume guardar o enxoval em cestos de vime. Vendeu também lingerie que ela comprava de uma costureira na cidade de Santo André, São Paulo. Eu e minha irmãs também tentamos entrar no ramo de vendas, o meu pai que era marceneiro, fazia estojos de madeira para colocar lápis e caneta, e nós vendíamos na escola, mas depois surgiram os porta lápis mais moderno e nossos estojos não faziam tanto sucesso, era um pouco pesado para levar na mala.
Tivemos uma infância muito feliz, morávamos em uma casa com quintal, que tinha pé de limão, pé de manga, horta, pé de milho, era divertido fazer tranças nos cabelinhos do milho, brincávamos de cabelereira, as casas vizinhas eram separadas por cercas e nas cercas se cultivavam os famosos chuchu. Meu pai construiu uma casinha de madeira no quintal para brincarmos de boneca, na verdade era um barracãozinho, era tudo muito divertido, a casa tinha também um cômodo na lavanderia, que chamávamos de quartinho, que tinha um fogão a lenha e um poço artesiano. Isso foi um pouco da minha infância , mas tenho outras histórias para contar, mas vão ficar para outra oportunidade.