
Amigos da Petersen
5 de novembro de 2025
Bate-papo com o geriatra Dr. Cláudio Freitas
13 de novembro de 2025Eu trabalhei na Petersen Companhia Ltda., em Sorocaba, como secretária do Sr. Siegfried Schalldach, de dezembro de 1975 a agosto de 1979. Eu estava com dezenove anos, no segundo ano da faculdade de direito e sonhava me formar e trabalhar em São Paulo.
Me candidatei a uma vaga de secretária do gerente administrativo, que eu não sabia quem era. Fui inicialmente entrevistada pelo Clóvis, chefe do departamento pessoal. Saudades dele, da Marlene, que também era do departamento pessoal, e do Edson, enfermeiro. Eles ficavam logo na entrada do prédio, na parte administrativa, ao lado da escada.
Fui da primeira leva de funcionários administrativos, o prédio era novinho, me lembro até da chegada dos móveis da diretoria, marca Hobjeto. E quando chegou o aparelho de telex, com fita perfurada, então, que maravilha! Enviar e receber mensagens da Alemanha foi um acontecimento!
E aqui entra o meu querido e inesquecível chefe, o Sr. Siegfried Schalldach, um dos maiores incentivadores da minha vida, sempre me desafiando, dizendo que eu não tinha “corragem” quando eu dizia que ia embora para São Paulo.
Mas me enviou, pela Petersen, para fazer cursos de organização e métodos, em São Paulo, em plena Avenida Paulista. Esses cursos me ajudaram muito nos meus primeiros empregos em São Paulo. Hoje acredito que essa foi uma forma que o Sr. Schalldach encontrou para me preparar para a vida em São Paulo.
Me lembro que uma vez ele estava de férias e eu fiquei subordinada ao Sr. Donat e não me lembro por que eu me desentendi com o Sr. Donat e ele me demitiu sumariamente.
Nossa, minha casa caiu, até que o Sr. Schalldach voltou das férias e quando soube que eu tinha sido demitida, mandou me buscar. Minha vida enfim retomou os trilhos.
Uma outra vez, em meados de 1981, eu estava em São Paulo, desempregada, quando recebi um recado do Sr. Schalldach para eu ficar no meu antigo cargo até que ele admitisse uma nova secretária e, assim, eu trabalhei na Petersen por quase dois meses.
No almoço de despedida da Petersen em 31 de agosto de 1978, o Sr. Schalldach escreveu no guardanapo do Restaurante Jardim Tropical, que eu tenho até hoje: “Muito progresso no futuro.” E na minha formatura em 17 de dezembro de 1978 ele e a Carmenci, que me substituiu, estavam presentes.
O Sr. Schalldach, assim que o chamávamos, era simpático, bem-humorado e comunicativo. Exigente no trabalho, mas sabia ouvir os funcionários e não tinha medo de acatar sugestões e mudar de ideia. Tinha interesse em aprender sobre a vida dos “sorocabanenses”, como falava.Tinha paixão pelo Brasil, por Sorocaba e pela Petersen.
A história do Sr. Schalldach está contada em detalhes no livro autobiográfico As Fugas e o destino do alemão Siegfried, MGuarnieri editorial, de 2019, escrito por ele e Leonel Prata.
Sou muito grata por ter encontrado o Sr. Schalldach nesta vida, que tinha como lema:
A VIDA É UMA GRANDE AVENTURA, APROVEITE
DAS LEBEN IST EIN GROSSES ABENTEUER, GENIESSE.

