
Chiquinho um macaquinho travesso
16 de julho de 2025
Velhos tempos, belos dias!
24 de julho de 2025Durante a minha adolescência minha família, composta por meus pais, minhas duas irmãs e eu, morávamos na Vila Santa Rosália, em Sorocaba.
Meu pai teve 4 irmãos, as tias Rosa e Lourdes e os tios Mário e Milo. Dentre os primos dessa linha familiar, o que mais se identificava comigo sempre foi o Pedro, filho da tia Lourdes.
Pedrinho, como carinhosamente o chamamos até hoje, é o sétimo na linha de 9 irmãos que minha tia Lourdes e meu tio Acácio tiveram durante sua vida matrimonial.
Tio Acácio além do ofício de barbeiro, daqueles que se utilizavam de navalha para aparar a barba e máquina “manual” para o corte do cabelo dos seus clientes, mantinha com a tia Lourdes uma barraca em feira livre onde vendiam artigos diversos para casa, desde borrachas para panelas de pressão até temperos diversos, além de pimenta do reino moída na hora.
Era o Pedrinho que ajudava meus tios na montagem e desmontagem da barraca, além de acompanhá-los nas compras de produtos na cidade de São Paulo.
A família do Pedrinho morava no Além Ponte, bairro da Vila Hortência.
Nesta época, um dos programas que eu e o Pedrinho gostávamos de fazer era ir aos Bailes/Discotecas que o Clube União Recreativo promovia em sua sede social localizada na Praça Coronel Fernando Prestes, no centro de Sorocaba, pelo menos uma vez por mês, sempre aos sábados.
Era muito comum nos encontrarmos no clube, por volta das 23hs e ficávamos até o final por volta das 4hs da manhã. Após o baile, a missão era voltar para casa. Sim missão, pois, como não tínhamos carro, nem tão pouco dinheiro suficiente para chamar táxi, era botar “sebo nas canelas” e bater a pé até nossas casas.
Normalmente, nosso roteiro era ir até a casa do Pedro, pois, como aos domingos a feira livre que meus tios faziam era na Vila Hortência, e era função do Pedro montar a barraca para meus tios trabalharem.
Ao chegarmos no local da barraca, o Pedrinho sempre providenciava um banco para eu sentar e montava a barraca sozinho, pois, provavelmente seria pior se eu ajudasse na montagem (KKKKKK).
Depois da montagem, seguíamos eu e o Pedrinho para minha casa, sempre a pé, para dormir o sono dos justos.
Outro programa marcante na companhia do Pedrinho eram os bailinhos de garagem que ele promovia na sua casa. Como na casa do Pedrinho não tinha garagem, os bailes eram realizados na sala da sua casa que media em torno de 15 m2 (3 x 5), o que não era impedimento para a festança ser bastante animada.
Me lembro muito bem que num desses bailinhos, tivemos uma ameaça de encrenca com uma “turma rival” do bairro que queriam de toda forma entrar no baile. Formou a maior confusão na porta da casa do Pedrinho.
Pedrinho não teve dúvida, no alto dos seus 1,70 mts saiu na frente da sua casa e enfrentou o líder dos rivais, que se intimidou e rapidamente deixou o local acompanhado dos seus “amigos”. Foi muito interessante ver o poder de convicção do Pedrinho frente aos arruaceiros.
Por essas coincidências da vida, eu e a Márcia, minha esposa, apresentamos o Pedrinho à uma amiga de infância da Márcia, e, acreditem, eles estão casados, e muito felizes e têm dois filhos e dois netos.
Um pitaco da minha adolescência na companhia do Pedrinho, que apesar de muito simples, foi muito divertido além de graças às boas companhias, totalmente saudável.