
Dona Mariclara – minha primeira professora
2 de junho de 2025
Gratidão ao Dr. Olavo Egydio Setúbal
5 de julho de 2025Estávamos em meados de 1967/8, quando meus pais, no papel de “Papai Noel” me presentearam com uma vibrante bicicleta modelo “BERLINETA” da Caloi na cor vermelha e branca.
Eu não conseguia me conter de tanta alegria, afinal de contas não era qualquer um que podia ganhar de presente de Natal uma bicicleta nova e último lançamento da marca.
Naquela época morávamos na antiga vila de operários da Cia. Nacional de Estamparia (Cianê) em Sorocaba chamada Vila Santo Antônio.
Essa vila foi construída junto à Fábrica Santa Antônio, uma das importantes unidades da Cia. Nacional de Estamparia, e era destinada à moradia dos funcionários da fábrica, assim como o meu pai.
A Vila de Santo Antônio era composta por um complexo de casas tipo sobrados geminados, distribuídos por seis ruas, as quais eu utilizava para brincar com a minha bicicleta.
A Vila de Santo Antônio não existe mais. Ela foi inteiramente demolida e o seu terreno atualmente abriga a Catedral da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) construída na Avenida Doutor Afonso Vergueiro, 555, na região central da cidade.
Na condução da bicicleta eu ia para todo canto da Vila e arredores, mas, sempre respeitando os limites territoriais determinados pelos meus pais, não me atrevendo nunca a sair do perímetro.
Um dos meus passeios preferidos com a bicicleta era ir até a casa da minha avó Maria que residia nos arredores da Vila Santo Antônio, de preferência no período da tarde quando ela sempre tinha um lanche para me oferecer.
Num belo dia, eu descendo uma das Ruas da Vila, numa certa velocidade, não consegui controlar a bike devido ao excesso de areia existente, e, não deu outra. Meu primeiro tombo.
Ao me levantar, minha preocupação maior era ver se a bicicleta tinha sofrido algum dano, e, não percebi que havia machucado meu rosto ao raspar na terra, e, estava com sangue.
Um vizinho que passava pelo local me alertou sobre o meu rosto e ao passar a mão senti o problema que havia arrumado.
Pensei comigo. Para onde vou? Se voltar para casa desse jeito, provavelmente irei levar uma bronca tremenda da minha mãe.
Não tive dúvida, peguei a bike e fui direto para a casa da minha avó Maria.
Coitada dela.
Vocês não fazem ideia do susto que a minha querida avó passou ao me ver com o rosto com sangue e cheio de terra.
Imediatamente ela me levou para dentro, lavou meu rosto e passou um misturado que ela tinha na dispensa voltado a passar em ferimentos do corpo.
Evidentemente que pedi para ela me acompanhar até minha casa para enfrentar a minha mãe.
Foi um belo susto.
Este foi o único acidente mais grave que eu tive, pois, a partir daí passei a tomar muito mais cuidado com a bicicleta.