
A minha primeira viagem para São Paulo
31 de janeiro de 2025
Foi lá pelos anos de 1985/1986 quando uma pergunta desafiadora da minha sogra me impulsionou profissionalmente. Eu me formei em Direito pela Faculdade de Direito de Sorocaba em 1978 e em outubro de 1979 eu estava em São Paulo para “fazer a América”. Na ´época eu trabalhava em uma das empresas do Banco Real, na Avenida Paulista. Acontece que, praticamente todos os finais de semana, eu e o meu marido íamos para Sorocaba visitar a minha mãe e os pais dele. Um final de semana dormíamos na casa da minha mãe e outro na casa dos meus sogros.
Assim, também, todos os finais de semana eu reclamava para todos da minha chefia, do salário, do fato de ser advogada, mas ser registrada como assistente técnico e blá, blá, blá. Em fevereiro de 1986 veio o plano cruzado e com ele a demissão de todos os advogados do meu departamento, inclusive a minha. É aí que entra a lógica da minha sogra. Eu estava mais uma vez reclamando, agora da perda do emprego, e, então, ela, que não era de muito falar, me olhou e perguntou: Mas, escuta, você não é advogada?, e prossegue, por quê você não monta o seu próprio escritório? Aquela pergunta me atingiu profundamente. Ela tinha razão, eu sempre pensei em ser uma profissional liberal.
O resultado é que aposentei a minha carteira de trabalho em 1986 e advoguei por mais de 40 anos, por conta própria. Atualmente, estou aposentada e nunca vou deixar de agradecer a Dona Alice por ter me desafiado e acreditado que eu era capaz.