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Como queremos envelhecer?
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A alegria me invadia, porque iria conhecer Paris fora de fotos e dizeres dos outros. Seria um estar real pisando as ruas parisienses.
Não conseguia aquietar-me na poltrona do avião, um complicado combinado de ferros, vencendo distâncias no espaço dentro do céu.
A companhia da aeronave era francesa, e por consequência, vieram as primeiras dificuldades pela língua diferente da minha. Não entendi nenhum prato da refeição oferecida. Apontei com o dedo em cima do cardápio, esperando qual seria o almoço. Tendo sido gostoso o que veio, me acomodei no pensamento: tudo vai dar certo com a linguagem gestual.
Confortada com essa crença simplória dormi. Apesar da viagem São Paulo – Paris ser longa, acordei sobrevoando a França. Logo estava no aeroporto Charles de Gaulle, uma complicação única. Bagagem, polícia, passaporte e saída, tudo em francês!
Que balbúrdia para o cérebro trabalhar!
Agora, precisava pegar o metrô para chegar ao centro da cidade. Subi no vagão de velocidade e cheiro duvidosos e com destinos bem marcados. A primeira coisa foi sentir o solo de Paris, caindo de costas no chão sujo do vagão. Muitos olhares se voltaram para mim, mas nenhuma mão se estendeu para me tirar do plano horizontal. Nem socorrer a minha bagagem. Que vexame! Isso era ser parisiense?
Que educação diferente da minha pátria. Entre nós sempre há mãos socorristas. Fiquei abalada, mesmo antes de ver a cidade de Paris. Punha fim a uma ilusão: viver na grande capital francesa secular.
Desci do metrô, esforçando-me para não ficar de mau humor, pois até aquele momento tudo parecia ser uma triste ideia, querer visitar Paris, passear pelo rio Sena, perder-se nos labirintos do grande Museu do Louvre e agradecer a viagem na famosa igreja Notre Dame.
Porém, após uma caminhada pela efervescente avenida Campos Elíseos, voltou o desejo de conhecer a cultural Paris.
Tudo acabou bem, com muitos tropeços na comunicação linguística e risadas mil pelos erros vencidos.
